sexta-feira, 16 de julho de 2010

O sonho - Parte II

Caros leitores, (Não consigo gostar desta abordagem nem fudendo!! ¬¬')
Esta é a segunda parte da estória (ou história?) "O sonho".  Se você não leu a primeira, sugiro que leia antes desta, para a que haja a devida compreensão da mensagem que eu (acho) tento passar aqui.


Deixem seus comentários dizendo suas opiniões, critiquem por favor, caso hajam duvidas, perguntem, obviamente espero que voltem posteriormente, pois pretendo responder a todos comentários.


Mais uma vez, agradeço sua visita. Espero que goste. 

Ass: D. Quixote de La Mancha.

ôÕ

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Parte II



Acordou assustado.  – Que sonho estranho fora aquele? – pensou. Lembrava-se de cada detalhe, cada estrela que viu passar. Aquela luz, aquele “ser”. Parecia ter sido tão real (e não foi?). Com as costas doendo e sem entender nada, entrou e foi para o quarto dormir em sua cama.

Levou algum tempo para conseguir dormir. Ficou pensando no sonho que tivera há pouco. Diante de tudo aquilo se sentia tão pequeno. Por que razão ele estava ali afinal? Que merda de motivo ele tinha para existir. E aquela entidade que ele sentiu no final? Parecia que o observava também, mas como? Ele era tão pequeno. Seria impossível que ele fosse visto. Era como se ele tentasse enxergar dentro de si a estrutura dum átomo, a olho nu.

- Merda! Por que eu estou dando tanta importância para este sonho? Era só um sonho. Não era real. Tudo aquilo não passou de uma ilusão. – Algumas horas de insônia generalizada, e enfim dormiu.

Abriu os olhos e se viu novamente fora de seu corpo. “Droga! Não quero fazer esta viagem novamente”. Tentou com todas as suas forças voltar para dentro de si. Por mais que tentasse, ele não conseguia voltar. Tentou derrubar as coisas do seu quarto, fazer algum barulho para que acordasse, mas nada adiantava.

De repente se sentiu atraído para o seu corpo. Não poderia perder esta oportunidade, então simplesmente se deixou levar. Dentro de si, sentiu que ainda não havia voltado. De alguma forma ele sentia que era ele ainda, mas era como se tivesse percepção de cada músculo, cada órgão: estomago, coração, cérebro, fígado, glândulas salivares, vesícula biliar, todos os ossos, cada pêlo.

Era tudo tão complexo e ao mesmo tempo tão simples. Durante toda a vida acadêmica, foi um péssimo aluno de biologia, nunca entendera porra nenhuma da matéria, mas de uma coisa ele sabia: tudo aquilo o mantinha vivo, era parte dele mesmo.

Parecia que estava encolhendo, pois enxergava tudo tão claramente, mas ao mesmo tempo sabia que ainda estava do mesmo tamanho. Ele apenas estava sentindo seu ser.

Via suas veias e artérias, Via seu sangue passar de um lado para o outro. Via as substancias que o sangue levava. Via suas células, cada uma delas.

Ele sempre teve repúdio a filmes de terror ou suspense, ou qualquer coisa que mostrava um corpo aberto. Todo aquele sangue, aqueles órgãos sendo tirados e postos como se fossem apenas peças de uma máquina (e não eram??). Mas ali tudo aquilo parecia tão simples e ao mesmo tempo tão complexo. Para ele era lindo.

Teve curiosidade de saber o que mais poderia encontrar. Concentrou-se em suas células. Aqueles pedaços de vida que o compunham. Como poderiam estes conjuntos de substancias tão complexas se unir e dar vida a um ser? Até mesmo as bactérias que só têm uma célula são vivas, são alguém.

Lá dentro destas células ele via o núcleo, e dentro dele seu DNA. Certamente era aquilo que fazia dele quem ele é. Era tão complexo. Todas aquelas substancias estranhas que pareciam estar ali por estar, e ao mesmo tempo era tudo tão organizado como se elas quisessem e soubessem o que faziam ali.

Ele sabia que o que formava todas aquelas substancias eram os átomos, aquelas partículas minúsculas que perto das suas células não eram nada. Porém também eram tudo, formavam tudo ao seu redor, e se um átomo for removido do lugar errado, talvez todo seu sistema parasse de funcionar. Talvez ele morresse e tudo aquilo que então ele achava espetacular sumiria.

Agora ele conseguia perceber cada átomo e, dentro dos mesmos, cada elétron, cada próton e até os nêutrons. Lembrou-se do sonho, quando estava vendo toda a galáxia, e de como aquilo parecia um átomo. De fato eram tão parecidos, aquelas partículas minúsculas flutuando ao redor do núcleo numa dança tão belamente colorida.

E se houvesse algo mais ali por dentro? E se, como na galáxia, aquilo não fosse tudo? E se cada partícula daquela for um universo cheio de vida e energia? Se houvesse algo zilhões de vezes menor do que este “algo”? E se tivesse vida também? Assim como ele sonhou ter saído de seu corpo e viu todo aquele show de luzes e energia ao seu redor, este “algo” poderia sair e olhar para ele, e devido a toda a sua grandeza não conseguiria definir o que é. Talvez este “algo” dissesse que estava diante do anjo que acabara de ler nalgum livro, ou – vai saber – talvez até mesmo pensasse estar diante de Deus.

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Escutou então o alarme do celular tocar.
Era hora de levantar.
Tinha que ir trabalhar,
Mas vontade nenhuma tinha.

Se parasse para pensar,
Nada faria sentido.
Se parasse de pensar,
Vivo e feliz se iludiria.
Se nunca pensasse,
Jamais existiria.

6 comentários:

taylor disse...

oi vc gosta de suco de manga

Cavaleiro da Triste Figura disse...

Adoro... principalmente aqueles sucos Vilma!

Ariela disse...

Não importa o que eu escreva, nada vai conseguir explicar o que eu senti.

Um texto extraordinário! (terei que me contentar com isso¨/ )

Cavaleiro da Triste Figura disse...

Obrigado Ariela.
Ja faz um tempo que leio seu blog. Saiba que eu gosto bastante da forma como você escreve e principalmente do que você escreve.
Seus textos tratam não só de temas existenciais e pessoais, mas também temas sociais.
O que importa não é o tamanho do texto e sim seu conteúdo.
Seus textos têm muito conteudo.

Ariela disse...

Ah, obrigada!
sempre tento abordar uma temática polêmica através de figuras, mas sei que você entende isso: basta ler os seus textos.

Por sinal, gostei muito da música (sim, eu conheço e adoro o Teatro Mágico)!

Cavaleiro da Triste Figura disse...

XD

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