sexta-feira, 30 de abril de 2010

Paisagens da varanda

Da varanda de minha casa, posso ver a rua. Vejo também muitas outras coisas: Vejo o céu; com ele, as estrelas, a lua cheia; vejo também as casas vizinhas; vejo os automóveis passarem na rua. Da varanda da minha casa, vejo muitas coisas, mas tudo é superficial.

Das coisas que eu vejo poucas me chamam a atenção, pouquíssimas me fazem pensar, nenhuma me deixa feliz. De tudo o que eu vejo o que mais me chama a atenção são as pessoas que passam. Como elas andam para lá e para cá, totalmente despreocupadas, ou melhor, acredito que elas tenham suas preocupações, mas nada disso importa.

Será que tudo isso realmente existe? Não que pareça não existir, mas algumas vezes eu me sinto como se tudo isto não passasse de ilusão.

As pessoas que passam não parecem se dar conta de que existem, elas talvez saibam que estão vivas, mas não que existem.

Toda a rotina humana pode ser resumida pela sintaxe:
{ Nascer -> Crescer -> Estudar (ou não) -> Trabalhar (ou não) -> Ter Filhos (ou não) “{ nascer ... }” -> Morrer }

Mas onde está a vida? Onde está a felicidade? Não está!!

Desde o nascimento somos metralhados com algoritmos repetitivos que tentam nos ditar como deve ser nossa vida. São regras de conduta, não lavagens cerebrais, pois no começo não há nada em nossa cabeça para mudar, ela está fresquinha para que se possa formar um “novo cidadão”. Tudo nos é ensinado como se fosse a nossa realidade absoluta: religião, política, esportes, literatura, nem mesmo a vida é escolha nossa (esta escolha é dada a outros indivíduos). Mas tudo isto já estava aí quando eu cheguei, não pertence a mim, então por que eu deveria aceita-los? Não deveria.

Mas as pessoas que passam na rua não parecem se preocupar com isto. Elas vivem suas vidinhas (se é que vivem) sem pensar, sem parar, sem nem parar pra pensar. Elas parecem estar sempre conformadas com tudo, Aceitam, sem questionamentos, ordens de pessoas que elas sequer conhecem, e quando questionam nada fazem para mudar. Mas também, o que pode ser feito?

Dizem ser compreensivas,  “modernas”, mas ao menor sinal de diferença, desprezam o próximo. Excluem-no por ter um gosto diferente, por não se vestir igual à todos, por não pensar como eles...


Este mundo não entra em minha cabeça. Eu, talvez, seja um estranho mesmo. Um cavaleiro andante contemporâneo, com estes pensamentos utópicos, sem nexo. Talvez eu seja mesmo um lobo da estepe.
Mas sigamos em frente, combatendo os dragões da estrada. E cantando:

♪♫♪♫♪
(...) 
I’m a creep
I’m a weirdo
What the hell am I doing here?
I don’t belong here
(...)


~~> Radiohead - creep
♪♫♪♫♪

quarta-feira, 28 de abril de 2010

A verdade (?)

É incrível como as coisas podem acontecer...

Imagine que você tem um pensamento. Este pensamento toma conta da sua cabeça há anos, muitos anos, é uma realidade absoluta para você.

Nada no mundo pode te fazer mudar de idéia. É inerente à vontade. Não existe controle sobre esta idéia. Faz parte da sua vida, seu cotidiano, do seu “ser”.


Certo dia um alguém (você não sabe exatamente quem), com algumas palavras, te faz pensar em mudar...


O mundo desaba. Tudo pode mudar, ou não, a mudança pode realmente não ser o melhor. Mas não é isto que importa mais para você. O que importa agora são outras perguntas:

Como ela conseguiu? Por que ela conseguiu? Quem é ela?

Meu Deus (o que é isto?), é tão estranho, eu sei que o pensamento ainda vai continuar aqui, acho que não tem mais como mudar. Ele nasceu comigo, talvez eu morra com ele, mas alguém, por um instante me fez pensar em como poderia ser se ele não existisse, ou se ele deixasse de existir.

É como se uma tonelada de preocupações saísse da minha cabeça. O pensamento ainda está lá, é verdade, mas parece ter algo mais puro tomando conta. Algo mais gracioso.


Alguns filósofos, não acreditam que exista a verdade absoluta. Outros pensam o contrario. Eu não sei mais em que meio eu posso estar, talvez em cima do muro, talvez nalguma outra casa vizinha, ou numa completamente distante.

Não sei... Já não sei de mais nada...


Só me resta finalizar o texto, estabelecer o ponto final...

Obrigado a você que um dia pegou meu violão emprestado, só para puxar assunto. (menininha cara de pau)

sábado, 24 de abril de 2010

Sad Loneliness



A lua hoje está tão bonita...

Estranho dizer isto, sendo que ainda estamos na lua crescente, só damos valor à ela quando ela se apresenta por completo (não seria pela metade?).

Mas hoje. Hoje ela está tão diferente (ou será que eu é que mudei?).
Ela parece tão triste hoje, triste porque está solitária. Ninguem a quer. As estrelas estão mais distantes, as pessoas não olham para ela. Somente umas finas camadas de nuvens fazem companhia para a lua.
Elas parecem tentar consolar a tristeza sua tristeza.
"Por que estais tão triste, minha celestial companheira? Não chores. Semana que vem tu seras iluminada por completo novamente, e durante toda a semana sera amada por todos".
Mas a lua nada responde. Tanto faz também, a nuvem sabe o por que de toda esta depressão:

A lua durante 7 dias é iluminada, cheia de graça, e adorada. Ela reflete a luz do Sol, iluminando a noite, expulsando as trevas. As estrelas parecem estar mais proximas, harmonizando com a Lua. As pessoas e seres se emocionam olhando para ela, se enamoram sob esta companhia divina. Mas ao fim deste periodo o Sol se afasta, ela vai se apagando lentamente, cruelmente, até se esvair por completo. As estrelas nao se importam mais com ela, os enamorados saem das praças, ela não mais é percebida. Agora a solidão é total.
É neste momento que ela começa a refletir sobre si, sobre este "amor" que os demais dizem ter por ela. Lá de cima ele percebe que as pessoas olham para o ceu, mas não conseguem ve-la. As pessoas olham para o ceu e não sentem sua falta.
Mas aos poucos ela volta a aparecer, ela cresce novamente, entretanto, ela não se sente feliz com isto. Ela simplesmente não consegue se sentir feliz, nem com as pessoas voltando a encherga-la, nem com as estrelas se reaproximando.
O Sol novamente empresta sua luz para lua, ela está cheia. A luz solar reflete em seu rosto uma felicidade que nao pertence a ela. É de outro corpo celeste.

A Lua está triste, solitaria, e assim estará eternamente. Até que um dia - se por acaso este dia chegar - o Sol se apagará, e assim pelo menos ela não precisará colocar mais esta mascara de felicidade mensal, que tanto a faz sofrer.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

A Infinita Highway



Enfim eu pego a auto-estrada...

Não sei que destino me aguarda (ou será que eu é que o espero?). Quantos destinos eu posso ter ao  trilhar este caminho? 1? 2? 33? 10000? 10001 destinos!?!
Eu caminho (ou estaria correndo?) desconfiado, não sei o que fazer. Estou tão confuso. Tão Impaciente. Quero logo descobrir o que me aguarda no fim...

♪♫♪ "E o fim é belo e incerto, depende de como você vê..." ♪♫♪

Vejo diferentes céus (ou será que é sempre o mesmo?). Escalo montanhas. Pulo de precipicios, na esperança de alcançar meu destino mais rapidamente, mas só o que vejo é mais estrada.
Ela é esburacada, cheia de curvas e bifurcações. Tento tomar cuidado nas minhas escolhas, mas no fundo sei que nao adianta nada, pois eu nao sei onde essa escolhe me levará. Também não posso voltar e tentar outro caminho, por mais que eu tente, isto parece extremamente impossivel. Por isso sempre sigo em frente (Às vezes me pergunto se é porque eu quero, ou porque nao tenho outra escolha).
A estrada é tão longa, parece infinita. É infinita (enquanto dura). Tortuosa, tremula, incerta. A unica certeza que tenho é que algo me aguarda no final.
Há algo no fim...
Há algo no...
Fim...

Eu olho para traz e vejo claramente minhas escolhas, as boas e as ruins, e as que nao fizeram a menor diferença. Tenho a sensassão de que tudo o que eu fiz foi a coisa certa e acho que eu tenho razão. Fui eu mesmo, e estou feliz...

♪♫♪ "Se eu fosse um cara diferente, sabe lá como eu seria...." ♪♫♪

Acho que já vejo o fim proximo. Ou talvez seja apenas mais uma curva fechada. Não importa. Continuarei caminhando, cheio de duvidas,  dores, pesares, mas...
Continuarei..
Continuarei..
Continuarei...
Continuarei.......
Continuarei....................




...



Citações:
O anjo mais velho (1ª citação) - Fernando Anitelli (O Teatro Mágico)
Infinita Highway (inspiração) e Concreto e asfalto(2ª citação) - Humberto Gessinger (Engenheiros do Hawaii)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

O amor é importante porra...



Às vezes uma imagem diz mais que mil palavras...



Referencias:
Encontrei esta img no orkut de uma amiga minha(Bianca)...


Visitem o blog dela ~~> Lembranças
XD

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Insonia...

À noite, a solidão bate mil estacas em meu peito. É cruel, é sorrateira, sabe a hora certa de chegar.

À noite, bem antes de dormir, quando vem a insônia, é aí que a solidão ataca.

Ela me faz pensar no quanto minha vida não faz sentido. Ela me faz ver o quanto sou deprimente. Ela joga em minha cara todos os meus erros, principalmente os que eu considerava serem acertos.

A solidão, no escuro do meu quarto, me mostra o quanto eu tenho medo da sociedade, o quanto eu temo me aproximar de alguém, e o quanto eu perco o evitando.

No frio da noite, ela me mostra o quanto temo o amor, o quanto eu tenho medo de aceita-lo. E quando o aceito, o quanto temo revelar meus sentimentos à pessoa amada.

À noite, esta entorpecedora sensação me revela o quanto são medíocres minhas tentativas de me esconder atrás de meus amigos, ou então tansformar em amizade um amor puro, um amor que por mais simples que seja, é de coração. Simples de coração.


Não sei realmente se meu maior medo é de estar só, ou se é de não estar só.

Talvez sejam os dois...

Por que não posso simplesmente ignorar o que não me interessa? ou o que me incomoda?

Por que não consigo ser como todo mundo?

Por que tenho que ser assim?

Vou dormir, e mais uma vez terei esta companhia triste e fria ao meu lado...


Boa noite, minha amiga.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Conversa de botas batidas

Quanta solidão...

Que melancolia é essa?


Estou sentado na varanda de casa, escrevendo, olhando para uma goiabeira que nunca vi dando frutos. Já a vi florida váreas vezes, mas nunca com frutos.

Está chovendo, não muito, mas esta chovendo. Aquela chuva morna, tranquila, que nao põe medo em criança alguma, mas que impede qualquer adulto "normal" de sair de casa.

É uma chuva gostosa, me da uma imensa vontade de sair e sentir o gosto dela na pele. Mas acho melhor nao.

Uma vez me disseram que não posso sair na chuva, para nao molhar (como assim? Eu quero me molhar!?!). Não me lembro quando, nem onde, ou quem, mas se esta pessoa me disse isso ela deve ter razão. Não é mesmo?!?
(NÃO!!)

O barulho da chuva às vezes me faz pensar. Também faz com que eu me sinta só.
As gotas de chuva caem todas ao mesmo tempo, sem parar, caem do mesmo céu. Elas são tão unidas!
(NÃO!!)

A todo instante cada gota luta desesperadamente para sair de sua prisão celestial. Alguem - elas nao sabem quem - aprisionou elas lá.


O céu é uma prisão, as núvens são suas carcereiras. Quando tem uma rebelião muito intensa as nuvens usam suas armas de raio para impedi-las, mas já é tarde demais, elas já escaparam, agora só resta trovejar de raiva...


Elas não querem a liberdade apenas pela liberdade. Elas querem mais, querem dar vida aos seres da terra, mas quando chegam aqui só podem escorrer, escorrer e se infiltrar na terra, daí elas caem num rio, que as leva direto para o mar.


Lá elas não têm escapatória... Lá elas estão à mercê da natureza.


A chuva está ficando mais forte. Não me restam muitas opções (ou eu simplesmente nunca as tive?). Só me resta agora a pergunta:

Que solidão é essa?

Quanta melancolia...