Das coisas que eu vejo poucas me chamam a atenção, pouquíssimas me fazem pensar, nenhuma me deixa feliz. De tudo o que eu vejo o que mais me chama a atenção são as pessoas que passam. Como elas andam para lá e para cá, totalmente despreocupadas, ou melhor, acredito que elas tenham suas preocupações, mas nada disso importa.
Será que tudo isso realmente existe? Não que pareça não existir, mas algumas vezes eu me sinto como se tudo isto não passasse de ilusão.
As pessoas que passam não parecem se dar conta de que existem, elas talvez saibam que estão vivas, mas não que existem.
Toda a rotina humana pode ser resumida pela sintaxe:
{ Nascer -> Crescer -> Estudar (ou não) -> Trabalhar (ou não) -> Ter Filhos (ou não) “{ nascer ... }” -> Morrer }
Mas onde está a vida? Onde está a felicidade? Não está!!
Desde o nascimento somos metralhados com algoritmos repetitivos que tentam nos ditar como deve ser nossa vida. São regras de conduta, não lavagens cerebrais, pois no começo não há nada em nossa cabeça para mudar, ela está fresquinha para que se possa formar um “novo cidadão”. Tudo nos é ensinado como se fosse a nossa realidade absoluta: religião, política, esportes, literatura, nem mesmo a vida é escolha nossa (esta escolha é dada a outros indivíduos). Mas tudo isto já estava aí quando eu cheguei, não pertence a mim, então por que eu deveria aceita-los? Não deveria.
Mas as pessoas que passam na rua não parecem se preocupar com isto. Elas vivem suas vidinhas (se é que vivem) sem pensar, sem parar, sem nem parar pra pensar. Elas parecem estar sempre conformadas com tudo, Aceitam, sem questionamentos, ordens de pessoas que elas sequer conhecem, e quando questionam nada fazem para mudar. Mas também, o que pode ser feito?
Dizem ser compreensivas, “modernas”, mas ao menor sinal de diferença, desprezam o próximo. Excluem-no por ter um gosto diferente, por não se vestir igual à todos, por não pensar como eles...
Este mundo não entra em minha cabeça. Eu, talvez, seja um estranho mesmo. Um cavaleiro andante contemporâneo, com estes pensamentos utópicos, sem nexo. Talvez eu seja mesmo um lobo da estepe.
Mas sigamos em frente, combatendo os dragões da estrada. E cantando:
♪♫♪♫♪
(...)
I’m a creep
I’m a weirdo
What the hell am I doing here?
I don’t belong here
(...)
~~> Radiohead - creep
♪♫♪♫♪